sábado, 30 de abril de 2011

Ressignificar de práticas educativas - Dia das Mães

A festa agora é para as famílias
O formato atual de boa parte da família brasileira não obedece mais o modelo clássico. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2003, 47% dos domicílios já tinham apenas a figura de um dos pais. Dentro deste contexto, adaptar a escola à nova realidade familiar virou uma necessidade, que tem seus reflexos mais nítidos observados em datas como o Dia das Mães. Avós que fazem as vezes de mães, pais que criam os filhos sozinhos, casais homossexuais que adotaram uma criança. Afinal, quem será a pessoa homenageada nesta data?
Para acabar com a dúvida, uma prática cada vez mais comum nas escolas é a festa da família. Tudo acontece como a tradicional festa das mães: tem apresentações e lembrancinhas. O que muda é o foco da pessoa homenageada.
Luciana Ostetto tem um texto muito interessante a respeito das datas comemorativas. O planejamento não pode se centrar somente nas datas comemorativas; porém, algumas datas devem ser trabalhadas de uma maneira reflexiva. Uma das datas é O Dia das Mães.Este tipo de atividade não pode deixar de ser feita porque é importante mostrar aos pequenos que existe alguém especial na vida deles, seja avó, tia, madrinha, pai ou mãe. Como a família é o primeiro contato  é preciso trabalhar o respeito com as crianças, para que elas mantenham sempre este tipo de afeto com quem cuida delas.
Em um  CEI da Zona Leste a comemoração do Dia das Mães vai ser uma brincadeira lúdica que envolve as crianças e as pessoas que elas escolheram (fizeram convite) para levar à festa. “ Sua mãe não pode vir,mas para quem você manda o convite para levar o presente para a sua mãe ?
No convite a família é chamada a participar de um dia especial na escola: aos pais há a observação de que se a mãe não pode vir, que possa comparecer aquela pessoa que desempenha esse papel.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

SME/DOT – As mídias no Universo Infantil – um diálogo possível

Um resumo do documento sobre mídias no Universo Infantil para fomentar a leitura do texto integral disponível no site da prefeitura.


SME/DOT – As mídias no Universo Infantil – um diálogo possível


Tônica do texto: aprender brincando e através das diferentes linguagens / A tecnologia faz a mediação entre a criança e o mundo
Aprender e ensinar fazem parte da existência humana, histórica e social;
Criança = ser produtor de cultura;
Não se pode negar à criança as possibilidades de expressão das diferentes linguagens;
Brincando a criança constrói a fruição do processo criados da infância;
Fotografia= criança pode fotografar o que escapa ao olhar do adulto;
Ensinar e aprender ao mesmo tempo uns com os outros;
Tecnologias = potencializam a descoberta –comparação – análise – resolução de problemas;
Tecnologia = condições mais inovadoras – respeitando como sujeitos sociais e de direitos;
Aprendizagem colaborativa = aluno ativo no processo de ensino e aprendizagem;
Registro e dialogicidade;
Escola = espaço lúdico e despertar o interesse para o inexplorado;
Computador amplia a criatividade;
Educador = tem que ter uma intencionalidade / planejar caminhos para mediar novos conhecimentos
Criança em contato com diferentes portadores textuais;
Auto-avaliação;
O computador não afasta a criança de seu mundo ,  interage com o seu tempo de ser criança;
Conversar sobre possibilidades e não engessar propostas


Em decorrência dos documentos oficiais de SME (Orientações Curriculares), SME DOT realiza cursos para tentar implantar,de fato, as mudanças curriculares nas escolas. Complementando as mídias no Universo Infantil, temos, por exemplo, o cursooptativo Nas ondas do rádio.
COMUNICADO Nº 384 DE 18 DE MARÇO DE 2011 (DO de 19/03/2011, pág.36)
(Logo do projeto SME)

O Secretário Municipal de Educação, no uso de suas atribuições legais, conforme o que lhe representou a Diretoria de Orientação Técnica SME DOT COMUNICA a realização do Curso Optativo – Nas Ondas do Rádio: Aprender e Comunicar.

JUSTIFICATIVA:
A educação escolar é responsável por ações sistemáticas de ensino que promovem aprendizagens dos alunos na direção da apropriação de conhecimentos fundamentais para a cidadania.
Cumprir essa função social hoje envolve também o desafio de trazer para o currículo a discussão sobre o papel das ferramentas sociais de comunicação na gestão dos conhecimentos que são veiculados na escola.

A escola da sociedade do conhecimento busca nas linguagens midiáticas a ampliação de acesso à informação e ao tratamento destas informações. “Incorporá-las ao dia a dia, como estratégia para o ensino-aprendizagem,permite a produção colaborativa, estimula o desenvolvimento das competências comunicativas, promove a autonomia, a criatividade e o estímulo a produção de conhecimento significativo na comunidade escolar”.
Neste sentido, a proposta do Curso Nas Ondas do Rádio: Aprender e Comunicar., visa formar educadores para atuarem junto aos alunos na direção de construir uma Rede de comunicação na U.E, que permita a gestão dos conhecimentos produzidos em cada comunidade de aprendizagem das nossas escolas.

OBJETIVO :
Formar professores orientadores da mediação da comunicação nas U.E tendo como finalidade: Contribuir para desenvolvimento das competências comunicativas dos alunos e da competência leitora e escritora; Promover o protagonismo infanto– juvenil por meio do trabalho com as linguagens midiáticas e dos recursos das tecnologias da informação e da comunicação.
CONTEÚDOS
Áreas Temáticas :
Gestão do Conhecimento
Mediação de Comunicação
Educomunicação
CARGA HORÁRIA
Educomunicação (4h)
Objetivo: promover o protagonismo infanto-juvenil por meio da TICs;
Linguagem: Linguagem impressa e digital
Suporte : Jornal Mural e site da escola (Portal SME)
Mediação de Comunicação (4h)
Objetivo: ampliar redes sociais de aprendizagens
Linguagem Digital
Suporte : Site da escola(Portal SME), Blog, Redes Sociais
Leitura Crítica da Comunicação (8h)
Objetivo: promover a cultura da paz;
Linguagem Audiovisual
Suporte: Blog/Podcast e Rádio/Vídeo
Gestão do Conhecimento (8h)
Objetivo: ampliar a base de conhecimento, visando o aumento da efetividade das ações promovidas no ambiente escolar;
Linguagem Audiovisual
Suporte: Podcast, Rádio /Vídeo
Gestão de Processos Comunicacionais (4h)
Objetivo: possibilitar o desenvolvimento da expressão comunicativa na consolidação do ecossistema educomunicativo;
Linguagem Audiovisual
Suporte: Rádio/Vídeo
Produção e apresentação de projeto educomunicativo (4 h)

 (Somente uma parte do Comunicado foi blogado.DO de 19/03/2011, página 37)

E.T.: Este projeto não é novo nas escolas (EMEF's) .Na gestão da Marta Suplicy, tivemos o Curso EDUCOM.Rádio , um Projeto em parceria com a ECA/USP e PMSP. As escolas receberam, na época, uma mini-estação de rádio para esta proposta de construção de uma Rede de Educomunicação na escola.

SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. Porto Alegre: Editora Artmed, 1998.

SOLÉ, Isabel.  Estratégias de leitura. Porto Alegre: Editora Artmed, 1998.


O objetivo desse livro é ajudar educadores e profissionais a promover a utilização de estratégias de leitura que permitam interpretar e compreender os textos escritos.
Capítulo 1 - O desafio da Leitura
A leitura é um processo de interação entre o leitor e o texto para satisfazer um propósito ou finalidade. Lemos para algo: devanear, preencher um momento de lazer, seguir uma pauta para realizar uma atividade, entre outras coisas.
Para compreender o texto leitor utiliza seus conhecimento de mundo e os conhecimentos do texto.
Controlar a própria leitura e regulá-la, implica ter um objetivo para ela, assim como poder gerar hipóteses sobre o conteúdo que se lê. Por isso a leitura pode ser considerada um processo constante de elaboração e verificação de previsões que levam a construção de uma interpretação.
Na leitura de um texto encontramos, inicialmente o título, subtítulo, negrito, itálico, esquema. Isso pode ser utilizado como recursos para prever
qual será o assunto do texto, por exemplo.
Esses indicadores servem para ativar o conhecimento prévio e serão úteis quando se precisar extrair as idéias centrais.
O que foi apresentado até agora pode dar pistas de como as práticas pedagógicas podem organizar situações de ensino e aprendizagem que tragam em si essas análises.
A leitura na escola
Um dos objetivos mais importante das escola é fazer com que os alunos aprendam a ler corretamente. Essa aquisição da leitura é indispensável para agir com autonomia nas sociedades letradas.
Pesquisas realizadas apontam que a leitura não é utilizada tanto quanto deveria, isto é, não lemos o bastante.
Uma questão que se coloca é a seguinte: será que os professores e a escola têm clareza do que é ler?
A leitura, um objeto de conhecimento
No Ensino Fundamental a leitura e a escrita aparecem como objetivos prioritários. Acredita-se que ao final dessa etapa os alunos possam ler textos de forma autônoma e utilizar os recursos ao seu alcance para referir as dificuldades dessa área.
O que se vê nas escolas, no ensino inicial da leitura, são esforços para iniciar os pequenos nos segredos do código a partir de diversas abordagens. Poucas vezes considera-se que essa etapa tem início antes da escolaridade obrigatória.
O trabalho de leitura costuma a se restringir a ler o texto e responder algumas perguntas relacionadas a ele como: seus personagens, localidades, o que mais gostou, o que não gostou, etc. isso revela que o foco está no resultado da leitura e não em seu processo.
Percebe-se que as práticas escolares dão maior ênfase no domínio das habilidades de decodificação.
Capítulo 2 - Ler, compreender e aprender
É fundamental que ao ler, o leitor se proponha a alcançar determinados para determinar tanto as estratégias responsáveis pela compreensão, quanto o controle que, de forma inconsciente, vai exercendo sobre ela, à medida que lê. O controle da compreensão é um requisito essencial para ler de forma eficaz.
Para que o leitor se envolva na atividade leitura é necessário que esta seja significativa. É necessário que sinta que é capaz de ler e de compreender o texto que tem em mãos. Só será motivadora, se o conteúdo estiver ligado aos interesses do leitor e, naturalmente, se a tarefa em si corresponde a um objetivo.
Como isso pode ser transferido para a sala de aula: sabe-se que na diversidade da classe torna-se muito difícil contentar o interesse de todas as crianças com relação à leitura, portanto, é papel do professor criar o interesse.
Uma forma possível de propiciar esse interesse é possibilitar o a
diferentes suportes para a leitura, que sejam e incentivem atitudes de interesse e cuidado nos leitores.
Ao professor cabe o cuidado de analisar o conteúdo que veiculam.
Compreensão leitora e aprendizagem significativa
A leitura nos aproxima da cultura. Por isso um dos objetivos da leitura é ler para aprender.
Quando um leitor compreende o que lê, está aprendendo e coloca em funcionamento uma série de estratégias cuja função é assegurar esse objetivo.
Isso nos remete a mais um objetivo fundamental da escola: ensinar a usar a leitura como instrumento de aprendizagem.
Devemos questionar a crença de que, quando uma criança aprende a ler, já pode ler de tudo e também pode ler para aprender. Se a ensinarmos a ler compreensivamente e a aprender a partir da leitura, estamos fazendo com que aprenda a aprender.
Capítulo 3 - O ensino da leitura
Vamos apontar nesse capítulo a idéia errônea que consiste em considerar que a linguagem escrita requer uma instrução e a linguagem oral não a requer.
Código, consciência metalingüística e leitura
Devemos considerar como fundamental a leitura realizada por outros (família, amigos, pessoas) por familiarizar a criança com a estrutura do texto escrito e com sua linguagem.
Na escola ao se deparar com a linguagem escrita, a crianças, em muitos casos se encontra diante de algo conhecido, sobre o que já aprendeu várias coisas. O fundamental é que o escrito transmite uma mensagem, uma informação, e que a leitura capacita para ter acesso a essa linguagem. Na aquisição deste conhecimento, as experiências de leitura da criança no seio da família desempenham uma função importantíssima. Para além da existência de um ambiente em que se promova o uso dos livros e da disposição dos pais a adquiri-los e a ler, o fato de lerem para seus filhos relatos e histórias e a conversa posterior em torno dos mesmos parecem ter uma influência decisiva no desenvolvimento posterior destes com a leitura.
Assim, o conhecimento que a criança tem das palavras e suas características aumentará consideravelmente quando ela começar a manejar o impresso.
O trabalho que se deve realizar com as crianças é mostrá-las que ler é divertido, que escrever é apaixonante, que ela pode fazê-lo. Precisamos instigá-las a fazer parte desse mundo maravilhoso e cheio de significados.
O ensino inicial da leitura
Na escola, as atividades voltadas para o ensino inicial da leitura devem garantir a interação significativa e funcional da criança com a língua escrita,
como um meio de construir os conhecimentos necessários para poder abordar as diferentes etapas de sua aprendizagem.
Para isso é fundamental trazer para a sala de aula, como ponto de partida, os conhecimentos que as crianças já possuem e a partir de suas idéias, ampliar suas significações.
A leitura e a escrita são procedimentos e devem ser trabalhados como tal em sala de aula.
Um aspecto importante que precisa ser garantido é o acesso a diferentes materiais escritos para as crianças: jornais, revistas, gibis, livros, rimas, poemas, HQ, e gêneros diversos.
Capítulo 4 - O ensino de estratégias de compreensão leitora
Já tratamos no capítulo anterior que os procedimentos precisam ser ensinados. Se estratégias de leitura são procedimentos, então é preciso ensinar estratégias para a compreensão dos textos: não como técnicas precisas, receitas infalíveis ou habilidades específicas, mas como estratégias de compreensão leitora que envolvem a presença de objetivos, planejamento das ações, e sua avaliação.
Estas estratégias são as responsáveis pela construção de uma interpretação para o texto. E uma construção feita de forma autônoma.
Que estratégias vamos ensinar? O papel das estratégias na leitura
São aquelas que permitem ao aluno planejar sua tarefa de modo geral. Perguntas que o leitor deve se fazer para compreender o texto:
1. Compreender os propósitos implícitos e explícitos da leitura. Que/Por que/Para que tenho que ler?
2. Ativar e aportar à leitura os conhecimentos prévios relevantes para o conteúdo em questão. Que sei sobre o conteúdo do texto?
3. Dirigir a atenção ao fundamental, em detrimento do que pode parecer mais trivial.
4. Avaliar a consistência interna do conteúdo expressado pelo texto e sua compatibilidade com o conhecimento prévio e com o “sentido comum”. Este texto tem sentido?
5. Comprovar continuamente se a compreensão ocorre mediante a revisão e a recapitulação periódica e a auto-interrogação. Qual é a idéia fundamental que extraio daqui.
6. Elaborar e provar inferências de diversos tipos, como interpretações, hipóteses e previsões e conclusões. Qual poderá ser o final deste romance?
Um conjunto de propostas para o ensino de estratégias de compreensão leitora pode ser considerado segundo BAUMANN (1985;1990) nos processos:
1. Introdução. Explica-se aos alunos os objetivos daquilo que será trabalhado e a forma em que eles serão úteis para a leitura.
2. Exemplo. Exemplifica-se a estratégia a ser trabalhada mediante um texto.
3. Ensino Direto. O professor mostra, explica e escreve a habilidade em questão, dirigindo a atividade.
4. Aplicação dirigida pelo professor. Os alunos devem por em prática a habilidade aprendida sob o controle e supervisão do professor.
5. Prática individual. O aluno deve utilizar independentemente a habilidade com material novo.
Tipos de texto e expectativas do leitor
Alguns autores, entre eles ADAM (1985), classificam os textos da seguinte forma:
1. Narrativo: texto que pressupõe um desenvolvimento cronológico e que aspira explicar alguns acontecimentos em uma determinada ordem.
2. Descritivo: como o nome diz, descreve um objeto ou fenômeno, mediante comparações e outras técnicas.
3. Expositivo: relaciona-se à análise e síntese de representações conceituais ou explicação de determinados fenômenos.
4. Instrutivo-indutivo: tem como pretensão induzir a ação do leitor com palavras de ordem, por exemplo.
Seria fundamental que essa diversidade de textos aparecesse na escola e não um único modelo. Principalmente os que freqüentam a vida cotidiana.
Trata-se de organizar um ensino que caracterize cada um destes textos, mostrando as pistas que conduzem à uma melhor compreensão, fazendo com que o leitor saiba que pode utilizar as mesmas chaves que o autor usou para formar um significado, e além de tudo interpretá-lo.
Capítulo 5 - Para compreender... Antes da leitura
Apresentam-se aqui seis passos importantes para a compreensão, que devem ser seguidos antes da leitura propriamente dita:
1. Idéias Gerais
São algumas idéias que o professor tem sobre a leitura:
 ler é muito mais do que possuir um rico cabedal de estratégias e técnicas.
 ler é um instrumento de aprendizagem, informação e deleite.
 a leitura não deve ser considerada uma atividade competitiva.
 quem não sente prazer pela leitura não conseguirá transmiti-lo aos demais.
 a leitura para as crianças tem que ter uma finalidade que elas possam compreender e partilhar.
 a complexidade da leitura e a capacidade que as crianças têm para enfrentá-la.
2. Motivação para a leitura
Toda atividade deve ter como ponto de partida a motivação das crianças: devem ser significativas,  motivantes , e a criança deve se sentir capaz de fazê-la.
3. Objetivos da leitura
Os objetivos dos leitores, ou propósitos, com relação a um texto podem ser muito variados, de acordo com as situações e momentos. Vamos destacar alguns dos objetivos da leitura, que podem e devem ser trabalhados em sala de aula:
 ler para obter uma informação precisa;
 ler para seguir instruções;
 ler para obter uma informação de caráter geral;
 ler para aprender;
 ler para revisar um escrito próprio;
 ler por prazer;
 ler para comunicar um texto a um auditório;
 ler para praticar a leitura em voz alta; e
 ler para verificar o que se compreendeu.
4. Revisão e atualização do conhecimento prévio
Para compreender o que se está lendo é preciso ter conhecimentos sobre o assunto. Mas algumas coisas podem ser feitas para ajudar as crianças a utilizar o conhecimento prévio que têm sobre o assunto, como dar alguma explicação geral sobre o que será lido; ajudar os alunos a prestar atenção a determinados aspectos do texto, que podem ativar seu conhecimento prévio ou apresentar um tema que não conheciam.
5. Estabelecimento de previsões sobre o texto
É importante ajudar as crianças a utilizar simultaneamente diversos indicadores: como títulos, ilustrações, o que se pode conhecer sobre o autor, cenário, personagem, ilustrações, etc. para a compreensão do texto como um todo.
6. Formulação de perguntas sobre ele
Requerer perguntas sobre o texto é uma estratégia que pode ser utilizada para ajudar na compreensão de narrações ensinando as crianças para as quais elas são lidas a centrar sua atenção nas questões fundamentais.
Capítulo 6 - Construindo a compreensão... Durante a leitura
Para a compreensão do texto uma das capacidades envolvidas é a elaboração de um resumo, que reproduz o significado global de forma sucinta.
Para isso, deve-se ter a competência de diferenciar o que constitui o essencial do texto e o que pode ser considerado como secundário.
O professor pode utilizar em sala de aula a estratégia da leitura compartilhada, onde o leitor vai assumindo progressivamente a responsabilidade e o controle do seu processo é uma forma eficaz para que os alunos compreendam as estratégias apontadas, bem como, a leitura independente, onde podem utilizar as estratégias que estão aprendendo.
Não estou entendendo, o que eu faço? Os erros e as lacunas de compreensão
Para ler eficazmente, precisamos saber quais as nossas dificuldades. Podem ser: a compreensão de palavras, frases, nas relações que se estabelecem entre as frases e no texto em seus aspectos mais globais.
Para isso devemos ter estratégias como o uso do dicionário ou a continuação da leitura que pode sanar alguma dúvida.
Capítulo 7- Depois da leitura: continuar compreendendo e aprendendo...
A compreensão do texto resulta da combinação entre os objetivos de leitura que guiam o leitor, entre os seus conhecimentos prévios e a informação que o autor queria transmitir mediante seus escritos.
Para que os alunos compreendam a idéia principal do texto, o professor pode explicar aos alunos o que consiste a “idéia principal”, recordar porque vão ler concretamente o texto - função real, ressaltar o tema, à medida que vão lendo informar aos alunos o que é considerado mais importante, para que, finalmente concluam se a idéia principal é um produto de uma elaboração pessoal.
O resumo
Utilizar essa estratégia pode ser uma boa escolha para estabelecer o tema de um texto, para gerar ou identificar sua idéia principal e seus detalhes secundários.
É importante, também, que os alunos aprendam porque precisam resumir, e como fazê-lo, assistindo resumos efetuados pelo seu professor, resumindo conjuntamente, passando a utilizar essa estratégia de forma autônoma
COOPER (1990), afirma que para ensinar a resumir parágrafos de texto é importante que o professor:
1. ensine a encontrar o tema do parágrafo e a identificar a informação trivial para deixá-la de lado.
2. ensine a deixar de lado a informação repetida.
3. ensine a determinar como se agrupam as idéias no parágrafo para encontrar formas de englobá-las.
4. ensine a identificar uma frase-resumo do parágrafo ou a elaborá-la.
Capítulo 8- O ensino e a avaliação da leitura
Considerando o que foi visto até agora em relação aos processos de leitura e compreensão é interessante ressaltar que:
 Aprender a ler significa aprender a ser ativo ante a leitura, ter objetivos para ela, se auto-interrogar sobre o conteúdo e sobre a própria compreensão.
 Aprender a ler significa também aprender a encontrar sentido e interesse na leitura.
 Aprender a ler compreensivamente é uma condição necessária par poder aprender a partir dos textos escritos.
 Aprender a ler requer que se ensine a ler, e isso é um papel do professor.
 Ensinar a ler é uma questão de compartilhar. Compartilhar objetivos, compartilhar tarefas, compartilhar os significados construídos em torno deles.
 Ensinar a ler exige a observação dos alunos e da própria intervenção, como requisitos para estabelecer situações didáticas diferenciadas capazes de se adaptar à diversidade inevitável da sala de aula.
 É função do professor promover atividades significativas de leitura, bem como refletir, planejar e avaliar a própria prática em torna da leitura.
Para finalizar esse livro se faz necessário ressaltar que as mudanças na escola acontecem quando são feitas em equipe. Reestruturar o ensino da leitura deve passar por isso: uma construção coletiva e significativa para os alunos, e também para os professores.

** Observem que na bibliografia geral temos a Delia Lerner ,e na especifica a autora Isabel Solé.Os textos se completam.

No temário Curriculos e programas : Emília Ferreiro

Ao sair a Bibliografia de um concurso, vamos direto à bibliografia, não é mesmo ? Mas vale dar uma boa olhada no temário e nos seus itens . Dai surge o tipo de profissional que a Prefeitura quer ter em seus quadros. 


2. Currículos e Programas

2.1 Saberes e práticas voltados para o desenvolvimento de competências cognitivas, afetivas, sociais e culturais;
2.2 O desenvolvimento da competência leitora e os saberes escolares das diversas áreas de conhecimento;
2.3 Concepção sobre os processos de desenvolvimento e aprendizagem;
2.4 Organização dos conteúdos de aprendizagem;
2.5 A Escola, o Currículo e a Diversidade;
2.6 Educação básica: articulação e desenvolvimento curricular.
3. Educação e Sociedade
3.1 Sociedade, Educação e Culturas;
3.2 Cidadania no mundo globalizado.

Resenha do livro:
 "Reflexões sobre a alfabetização",
de Emília Ferreiro.

Lançado em 1981, este livro é um dos melhores materiais para quem quer iniciar o estudo a respeito da psicogênese da língua escrita.
A  investigação acadêmica organizada por Emilia Ferreiro a respeito da alfabetização, iniciada em 1979, revolucionou o jeito de ensinar as crianças a ler e escrever e fez da autora uma referência mundial sobre o tema .

O livro Reflexões sobre Alfabetização , lançado em 1981, é um dos melhores materiais concebidos pela educadora argentina para quem quer iniciar o estudo das pesquisas realizadas por ela a respeito da psicogênese da língua escrita. Trata-se da síntese das principais contribuições de Emilia para a história e as descobertas  sobre a alfabetização.
Porém é importante que o leitor passeie pelas reflexões propostas no texto com olhos e pensamento atentos, pois irá deparar-se com saberes infantis sofisticados e engenhosos, que surpreendem muito ao mostrar quão originais (e nem um pouco mecânicas) são as construções cognitivas que os pequenos são capazes de realizar.
O texto instiga o educador e dá subsídios para que ele questione sua prática e revitalize o modo de compreender o ensino, inaugurando uma maneira inédita de alfabetizar: a autora transfere a investigação do jeito de ensinar para o que tem de ser aprendido, com foco nas concepções que as crianças têm sobre o sistema de escrita, e prioriza a análise das produções infantis.
Mergulhar nas informações sobre a pré-história das elaborações infantis a respeito das marcas da linguagem expressas no mundo que nos rodeia acende uma luz definitiva sobre a alfabetização: diante de construções tão inteligentes, somos convidados a construir uma escola igualmente inteligente! E, ao sabermos o que as crianças pensam e como pensam, permitimos que sejam abertos novos caminhos: torna-se um compromisso inadiável entender cada vez mais e melhor como esses processos funcionam para planejar as aulas de alfabetização.

Trecho do livro

"Temos uma imagem empobrecida da língua escrita: é preciso reintroduzir, quando consideramos a alfabetização, a escrita como sistema de representação da linguagem. Temos uma imagem empobrecida da criança que aprende: a reduzimos a um par de olhos, um par de ouvidos, uma mão que pega um instrumento para marcar e um aparelho fonador que emite sons. Atrás disso há um sujeito cognoscente, alguém que pensa, que constrói interpretações, que age sobre o real para fazê-lo seu. Um novo método não resolve os problemas. É preciso reanalisar as práticas de introdução da língua escrita, tratando de ver os pressupostos subjacentes a elas, e até que ponto funcionam como filtros de transformação seletiva e deformante de qualquer proposta inovadora. Os testes de prontidão também não são neutros. (...) É suficiente apontar que a 'prontidão' que tais testes dizem avaliar é uma noção tão pouco científica como a 'inteligência' que outros pretendem medir."

In : Revista Nova Escola – Especial sobre alfabetização .Edição – 218 – Dezembro de 2008

Ferreiro afirma que o livro apresenta quatro trabalhos produzidos em momentos diferentes, porém dentro da mesma linha de preocupação que é o de contribuir para uma reflexão sobre a intervenção educativa alfabetizadora, a partir de novos dados oriundos das investigações sobre a psicogênese da escrita na criança. Suas investigações evidenciam que o processo de alfabe-tização nada tem de mecânico, do ponto de vista da criança que aprende. Destaca que a criança desempenha um papel ativo na busca da compreensão desse objeto social, complexo, que é a escrita.
 SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. 6ª ed. Porto Alegre: Artmed,1998.
  WEISZ, Telma. O Diálogo entre o ensino e a aprendizagem. São Paulo: Ática, 2002.

Os documentos oficiais de SME têm como embasamento os autores citados na bibliografia.
 

segunda-feira, 25 de abril de 2011

SME/DOT – Orientações Curriculares e Expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo I

Resumo das expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental-
Ciclo I do 1º ao 5º anos
A íntegra do documento é encontrada no site da Prefeitura.


Finalidade: Organizar e aprimorar os projetos pedagógicos das escolas
Objetivo do Programa: Deve atender as finalidades da formação para a cidadania, subsidiando as escolas na seleção e organização de conteúdos mais relevantes a serem trabalhados ao longo dos nove anos do Ensino Fundamental I, que precisam ser garantidos a todos os estudantes.
A escola:
- Antes : espaço em que se promovia a "emancipação" dos estudantes por meio de técnicas que lhes permitissem adaptar-se à sociedade.
- Agora: lócus que introduz a ideia de ciclo e organizando os tempo e espaços
 – espaço de formação
- Pretende ser (objetivo) : um espaço educativo de vivências sociais, de convivência democrática e, ao mesmo tempo, de apropriação, construção e divulgação de conhecimentos, como também de transformações de condições de vida das crianças que a freqüentam.
- Foco: conteúdo
Articulação do programa com projetos em desenvolvimento (PIC, TOF).  Visam, por meio de diferentes estratégias, oferecer possibilidades de enriquecimento do currículo e subsidiar o desenvolvimento do PP das escolas da Rede Municipal de Ensino.
Articulação do programa com o PP das escolas:
- estimular a reelaboração do projeto pedagógico;
- indicar em cada escola os rumos que pretende seguir ,e os compromissos educacionais que assume com vistas à formação de seus estudantes;
- cria: um processo dinâmico e contínuo.
Cada professor deve planejar trajetórias para que seus estudantes possam construir aprendizagens significativas.
Uma das condições necessárias para a organização e o desenvolvimento de um CURRÍCULO ARTICULADO, INTEGRADO e COERENTE, e a escolha e a adoção COLETIVA, pela equipe escolar, de concepções de aprendizagem, de ensino e de avaliação.
 CONCEPÇÕES: 
De aprendizagem:
- compreensão de significados que se relacionam a experiências anteriores e vivências pessoais dos estudantes, permitindo a formulação de problemas que os incentivem a aprender mais;
- estabelecimento de diferentes tipos de relações entre fatos, objetos, acontecimentos, noções e conceitos, desencadeando mudanças de comportamento;
- contribuição para a utilização do que é aprendido em novas situações;
- que os conhecimentos escolares contribuam para a formação do cidadão;
- Aprendizagem em colaboração entre sujeitos, tendo a linguagem como instrumento de intercâmbio.
Ensino:

- contempla um conjunto de atividades sistemáticas, CUIDADOSAMENTE PLANEJADAS, em torno das quais os conteúdos e métodos articulam-se e onde professores e estudantes compartilham partes cada vez maiores de significados com relação aos conteúdos do currículo escolar.
Currículo: conhecimento visto como uma REDE DE SIGNIFICADOS, em permanente processo de transformação.
Função da escola: propiciar o desenvolvimento harmônico desses diferentes potenciais do aprendizes.
Avaliação:
- processual
- criar espaços e tempos
- não pode ser um único instrumento, restrito a um só momento ou a uma única forma.

Critérios para seleção de expectativas de aprendizagem:
- Relevância social e cultural
- Relevância para a formação intelectual do aluno e potencialidade para a construção de habilidades comuns
- Potencialidade de estabelecimento de conexões interdisciplinares e contextualizações
- Acessibilidade e adequação aos interesses da faixa etária
Cada escola pode organizar seus projetos de modo a atender suas necessidades e singularidades.
Atividades de ensino:
- atividades permanentes
- seqüências didáticas
- projetos

Que devem contemplar os três grandes campos de conhecimento:
- Conhecimentos de Língua Portuguesa e de Matemática: ferramentas essenciais da construção de conhecimentos (é a base)
- Conhecimentos sobre Natureza e Sociedade: repertório que amplie e aprofunde saberes que constrói cotidianamente em sua vivência (amplia o repertório)
- Conhecimentos sobre Arte e Educação Física: diferentes formas de expressão, apoiadas em práticas culturais (extrapola)
Temos que ter em mente que, a partir das observações do contexto, quais expectativas de aprendizagem devemos selecionar para elencar os conteúdos.
Com vistas à superação da linearidade e fragmentação do currículo:
- abordagem interdisciplinar e disciplinar;
- leitura e escrita como responsabilidade de todas as áreas (** Isabel Solé)
- perspectiva de uso das tecnologias.

Língua Portuguesa:
- Linguagem: expressão de idéias, pensamentos e intenções. É pela linguagem que se constroem quadros de referência culturais;
- Interagir pela linguagem significa realizar uma atividade discursiva;
- É nas práticas culturais que se dá a expansão da capacidade de uso da linguagem e a construção ativa de novas capacidades, que possibilitam o domínio cada vez maior de diferentes padrões de fala e de escrita;
- Modalidade escrita: leitura / produção escrita / análise e reflexão sobre a língua e a linguagem;
- Modalidade Oral: escuta / produção oral;
- Sistema de escrita alfabética / padrões da linguagem escrita;
- Gêneros textuais – organizou-se as expectativas de aprendizagem em torno de determinados gêneros textuais de uso social mais freqüente.





Matemática:
- Objetivos: contribuição para resolver problemas da vida cotidiana, sua aplicação a problemas reais e a formação de capacidades intelectuais, a estruturação do pensamento, a agilização do raciocínio do aluno.
- 5 Blocos Temáticos:
NÚMEROS
OPERAÇÕES
ESPAÇO E FORMA
GRANDEZAS E MEDIDAS
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO

Natureza e Sociedade:
- visão integradora das ações humanas e da natureza;
- temas propostos para as 3 disciplinas:
* Lugar onde vivemos
* Modos de viver
* O que compartilhamos
* O que e como produzimos
* Como nos comunicamos
* Quem somos
* Viver na cidade de São Paulo

- visa problematizar a realidade e articular conhecimentos dos distintos campos do saber ao mundo contemporâneo e à vivências cotidianas das crianças relacionadas à sua formação cultural, social e científica.

Artes e Ed. Física:
- Diferentes linguagens: corporal / visual / teatral / musical
- A partir das vivências culturais locais – resgate histórico
- Desenvolvimento de habilidades relativas a:
* Percepção
* Experimentação
* Criação / produção
* Comunicação / representação
* Análise / interpretação
* Pesquisa / reflexão
* Registro
* Crítica/ autocrítica

Aspectos comuns na proposta:
- valorização do saberes dos alunos;
- valorização da cultura patrimonial dos alunos;
- aprendizagem significativa;
- interdisciplinaridade;
- avaliação formativa.

Organização do trabalho pedagógico:
- rotina;
- olhar atento do professor para o processo de aprendizagem dos seus alunos
- potencializar o tempo didático;
- flexibilidade no planejamento; (diferente de improvização)
Considerar a natureza das atividades de cada área e a articulação entre elas.
Avaliação:
- procedimento de investigação;
- acompanha o processo de aprendizagem;
- verificar se as estratégias estão surtindo o efeito esperado;
- relação entre instrumento de avaliação, objetivo de ensino e expectativas de aprendizagem;
- observar as dificuldades dos alunos e direcionar intervenções;
- nada substitui o olhar atento e a observação apurada do professor.

Atentem para a continuidade e coerência nas Orientações Curriculares e Expectativas de Aprendizagem da Educação Infantil e Ensino Fundamental . E não é para ser diferente, uma vez que a Educação Infantil é a primeira etapa da Educação Básica .