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Resenha do livro:
"Reflexões sobre a alfabetização",
de Emília Ferreiro.
Lançado em 1981, este livro é um dos melhores materiais para quem quer iniciar o estudo a respeito da psicogênese da língua escrita.
A investigação acadêmica organizada por Emilia Ferreiro a respeito da alfabetização, iniciada em 1979, revolucionou o jeito de ensinar as crianças a ler e escrever e fez da autora uma referência mundial sobre o tema .
O livro Reflexões sobre Alfabetização , lançado em 1981, é um dos melhores materiais concebidos pela educadora argentina para quem quer iniciar o estudo das pesquisas realizadas por ela a respeito da psicogênese da língua escrita. Trata-se da síntese das principais contribuições de Emilia para a história e as descobertas sobre a alfabetização.
Porém é importante que o leitor passeie pelas reflexões propostas no texto com olhos e pensamento atentos, pois irá deparar-se com saberes infantis sofisticados e engenhosos, que surpreendem muito ao mostrar quão originais (e nem um pouco mecânicas) são as construções cognitivas que os pequenos são capazes de realizar.
O texto instiga o educador e dá subsídios para que ele questione sua prática e revitalize o modo de compreender o ensino, inaugurando uma maneira inédita de alfabetizar: a autora transfere a investigação do jeito de ensinar para o que tem de ser aprendido, com foco nas concepções que as crianças têm sobre o sistema de escrita, e prioriza a análise das produções infantis.
Mergulhar nas informações sobre a pré-história das elaborações infantis a respeito das marcas da linguagem expressas no mundo que nos rodeia acende uma luz definitiva sobre a alfabetização: diante de construções tão inteligentes, somos convidados a construir uma escola igualmente inteligente! E, ao sabermos o que as crianças pensam e como pensam, permitimos que sejam abertos novos caminhos: torna-se um compromisso inadiável entender cada vez mais e melhor como esses processos funcionam para planejar as aulas de alfabetização.
Trecho do livro
"Temos uma imagem empobrecida da língua escrita: é preciso reintroduzir, quando consideramos a alfabetização, a escrita como sistema de representação da linguagem. Temos uma imagem empobrecida da criança que aprende: a reduzimos a um par de olhos, um par de ouvidos, uma mão que pega um instrumento para marcar e um aparelho fonador que emite sons. Atrás disso há um sujeito cognoscente, alguém que pensa, que constrói interpretações, que age sobre o real para fazê-lo seu. Um novo método não resolve os problemas. É preciso reanalisar as práticas de introdução da língua escrita, tratando de ver os pressupostos subjacentes a elas, e até que ponto funcionam como filtros de transformação seletiva e deformante de qualquer proposta inovadora. Os testes de prontidão também não são neutros. (...) É suficiente apontar que a 'prontidão' que tais testes dizem avaliar é uma noção tão pouco científica como a 'inteligência' que outros pretendem medir."
In : Revista Nova Escola – Especial sobre alfabetização .Edição – 218 – Dezembro de 2008
A tomada de consciência por parte de todos os envolvidos no processo educacional tem intima ligação com o dar importância aos conteúdos de lecto-escrita em suas funções reais.
Já na Educação Infantil (desde o CEI- vide o programa Rede em Rede de SME), ressalta-se a importância do contato com a leitura e escrita desde o berçário.
As crianças precisam ver a escrita na sala de vivências (ambiente alfabetizador), do banheiro (símbolos), dos nomes das crianças... Há que se garantir a presença de calendários, alfabeto e outras referências para a aprendizagem das crianças.
Há que se ler histórias (contos de fadas,fábulas),para as crianças ampliarem o seu vocabulário, com a intencionalidade de se tornarem leitores competentes.
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