quinta-feira, 21 de abril de 2011

Resenha do livro : Reflexões sobre alfabetização de Emília Ferreiro

Tentando organizar os textos para minhas  leituras (não sei quando...), encontrei esta resenha do livro de Emilia Ferreiro, que faz parte da bibliografia do Concurso da PMSP 2011.


Currículo e programas

Resenha do livro:
 "Reflexões sobre a alfabetização",
de Emília Ferreiro.

Lançado em 1981, este livro é um dos melhores materiais para quem quer iniciar o estudo a respeito da psicogênese da língua escrita.
A  investigação acadêmica organizada por Emilia Ferreiro a respeito da alfabetização, iniciada em 1979, revolucionou o jeito de ensinar as crianças a ler e escrever e fez da autora uma referência mundial sobre o tema .

O livro Reflexões sobre Alfabetização , lançado em 1981, é um dos melhores materiais concebidos pela educadora argentina para quem quer iniciar o estudo das pesquisas realizadas por ela a respeito da psicogênese da língua escrita. Trata-se da síntese das principais contribuições de Emilia para a história e as descobertas  sobre a alfabetização.
Porém é importante que o leitor passeie pelas reflexões propostas no texto com olhos e pensamento atentos, pois irá deparar-se com saberes infantis sofisticados e engenhosos, que surpreendem muito ao mostrar quão originais (e nem um pouco mecânicas) são as construções cognitivas que os pequenos são capazes de realizar.
O texto instiga o educador e dá subsídios para que ele questione sua prática e revitalize o modo de compreender o ensino, inaugurando uma maneira inédita de alfabetizar: a autora transfere a investigação do jeito de ensinar para o que tem de ser aprendido, com foco nas concepções que as crianças têm sobre o sistema de escrita, e prioriza a análise das produções infantis.
Mergulhar nas informações sobre a pré-história das elaborações infantis a respeito das marcas da linguagem expressas no mundo que nos rodeia acende uma luz definitiva sobre a alfabetização: diante de construções tão inteligentes, somos convidados a construir uma escola igualmente inteligente! E, ao sabermos o que as crianças pensam e como pensam, permitimos que sejam abertos novos caminhos: torna-se um compromisso inadiável entender cada vez mais e melhor como esses processos funcionam para planejar as aulas de alfabetização.

Trecho do livro

"Temos uma imagem empobrecida da língua escrita: é preciso reintroduzir, quando consideramos a alfabetização, a escrita como sistema de representação da linguagem. Temos uma imagem empobrecida da criança que aprende: a reduzimos a um par de olhos, um par de ouvidos, uma mão que pega um instrumento para marcar e um aparelho fonador que emite sons. Atrás disso há um sujeito cognoscente, alguém que pensa, que constrói interpretações, que age sobre o real para fazê-lo seu. Um novo método não resolve os problemas. É preciso reanalisar as práticas de introdução da língua escrita, tratando de ver os pressupostos subjacentes a elas, e até que ponto funcionam como filtros de transformação seletiva e deformante de qualquer proposta inovadora. Os testes de prontidão também não são neutros. (...) É suficiente apontar que a 'prontidão' que tais testes dizem avaliar é uma noção tão pouco científica como a 'inteligência' que outros pretendem medir."

In : Revista Nova Escola – Especial sobre alfabetização .Edição – 218 – Dezembro de 2008


Reflexões pessoais :

A tomada de consciência por parte de todos os envolvidos no processo educacional tem intima ligação com o dar importância aos conteúdos de lecto-escrita em suas funções reais.
Já na Educação Infantil (desde o CEI- vide o programa Rede em Rede de SME),  ressalta-se a importância  do contato com a leitura e escrita desde o berçário.
As crianças precisam ver a escrita na sala de vivências (ambiente alfabetizador), do banheiro (símbolos), dos nomes das crianças... Há que se garantir a presença de calendários, alfabeto e outras referências para a aprendizagem das crianças.
Há que se ler histórias (contos de fadas,fábulas),para as crianças ampliarem o seu vocabulário, com a intencionalidade de se tornarem leitores competentes.

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